Domingo, 19 de maio de 2024

Mas fala esse Galvão, hein?

Começar pelo mais próximo é sempre uma boa pedida. O livro mais recente que pude ler é Fala, Galvão! De Galvão Bueno e Ingo Ostrovsky. O livro completa uma década no próximo ano e foi editado pela Globo.

Quem acompanha a carreira do locutor esportivo mais conhecido da imprensa brasileira provavelmente vai conhecer boa parte dos causos relatados na obra. No entanto, o apuro da escrita, a qual transmite perfeitamente a voz de Galvão é um belo chamariz para os fãs da literatura esportiva.

O livro não se presta exatamente a ser uma biografia, por mais que perpasse a maior parte da vida de Galvão Bueno. Mas falta linearidade e dado mais destaque aos personagens com os quais o locutor conviveu do que exatamente do protagonista da jornada literária também assinada por Ingo Ostrovsky.

A visão privilegiada de grandes momentos do esporte e a convivência amistosa e amiga com a maior parte das lendas do nosso esporte, chamam a atenção. Ver tratar com tanta naturalidade de seres que parecem mais do que humanos para a maioria de nós, é bastante curioso.

Pode não ser uma obra rebuscada, de palavreado difícil. Mas prende a atenção e dá vontade de ler mais. Mais do que isso, dá vontade de encontrar o Galvão na Praia do Cassino, tomar um mate com ele e pedir para ouvir mais histórias. Essas figuras que parecem maiores do que a vida, nós só vamos conhecer com mais detalhes depois que partirem.

Sempre bom beber da sabedoria de Ruy Castro: “biografado bom, é biografado morto!”, espero que antes que o nosso amigo das manhãs e tardes de domingo nos deixe, venha uma biografia mais reveladora.