Israel Intensifica Ataques a Hospitais em Gaza, Aprofundando Crise Humanitária

Imagens: /Reprodução

Khan Younis, Gaza – Em um cenário de crescente tensão e intensificação do conflito, as forças israelenses voltaram a atingir instalações hospitalares na Faixa de Gaza nos últimos dias, levantando sérias preocupações sobre o respeito ao direito internacional humanitário e aprofundando uma já catastrófica crise humanitária na região. Os ataques, que ocorreram em diferentes pontos da Faixa de Gaza, deixaram um rastro de mortos, feridos e destruição, comprometendo ainda mais a capacidade do sistema de saúde local de lidar com a crescente demanda por cuidados médicos.

Na última terça-feira (13 de maio de 2025), um ataque aéreo israelense atingiu o Hospital Europeu, localizado em Khan Younis, no sul de Gaza. Segundo relatos de testemunhas e autoridades de saúde locais, pelo menos 28 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na investida. A Defesa Civil de Gaza descreveu cenas chocantes, com corpos espalhados pela área do hospital devido à intensidade dos bombardeios. Há relatos de que um jornalista freelancer que trabalhava para a BBC também ficou ferido no ataque.

O exército israelense, em comunicado, afirmou ter realizado um “ataque preciso” contra “terroristas do Hamas que operavam em um centro de comando e controle” localizado abaixo do hospital, sem, contudo, apresentar evidências que corroborassem essa alegação. A alegação israelense de que hospitais são utilizados como escudos humanos por grupos militantes tem sido uma constante em meio ao conflito, mas é veementemente negada pelo Hamas e por autoridades de saúde em Gaza.

Horas antes do ataque ao Hospital Europeu, o Hospital Nasser, também em Khan Younis, foi alvo de um ataque israelense que resultou na morte de pelo menos duas pessoas, incluindo o jornalista palestino Hassan Eslaih, que estava recebendo tratamento no local após ter sido ferido em um ataque anterior. Testemunhas descreveram o ataque ao Hospital Nasser como tendo sido realizado por um drone que atingiu a ala cirúrgica.

A série de ataques a hospitais em Gaza ocorre em um momento de crescente pressão internacional por um cessar-fogo e de negociações mediadas pelos Estados Unidos para a libertação de reféns israelenses. A visita do presidente americano Donald Trump ao Oriente Médio adiciona uma camada extra de complexidade ao cenário diplomático.

A destruição e os danos causados aos hospitais não apenas resultam em perdas de vidas e ferimentos, mas também prejudicam severamente a capacidade de atendimento médico a uma população já exausta por meses de conflito. A escassez de medicamentos, equipamentos e pessoal médico é alarmante, e os ataques recentes exacerbam ainda mais essa situação crítica. Organizações humanitárias e agências da ONU têm reiterado seus apelos por proteção aos civis e às instalações médicas, lembrando que hospitais são protegidos pelo direito internacional e não devem ser alvos de ataques.

A comunidade internacional acompanha com crescente preocupação a escalada da violência em Gaza e o impacto devastador sobre a população civil. Os ataques a hospitais levantam questões urgentes sobre a proporcionalidade e a legalidade das operações militares em áreas densamente povoadas e a necessidade de responsabilização por possíveis violações do direito internacional humanitário.

Enquanto a poeira dos recentes ataques ainda assenta, o futuro da Faixa de Gaza permanece incerto, com a população civil enfrentando uma crise humanitária sem precedentes e um sistema de saúde à beira do colapso. A intensificação dos ataques a instalações médicas representa um novo e alarmante capítulo neste longo e trágico conflito.

Marcello Guerra

Marcello Guerra

Sou um Santamariense apaixonado por comunicação, buscando espaço na grande capital. Colorado, pai e sonhador, não tenho medo de novos desafios, na verdade, sou movido por eles.