O Brasileirão mal começou e a torcida já faz cálculo

Troca de técnico, discurso repetido e um futebol que não assusta ninguém. FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

A torcida gremista começa a fazer cálculos e olhar o calendário com outros olhos, tendo em vista o desempenho desesperador deste início de temporada. Já mudou o comando técnico e o rendimento continua o mesmo, sem conseguir criar ou ameaçar os adversários. Hoje, ninguém tem medo do Grêmio, e os clubes não respeitam mais a camiseta.

É duro admitir, mas a mística da camisa tricolor, que tantas vezes foi sinônimo de respeito e imposição, está se desfazendo diante dos olhos do torcedor. O que antes bastava como símbolo de garra e competitividade, agora é tratado como apenas mais um uniforme em campo.

Mano usou argumentos na coletiva de que é preciso tempo e que as coisas vão melhorar, mas o campo mostra o contrário. O discurso não casa com a prática. O time continua apático, sem padrão de jogo e com uma dificuldade absurda para finalizar jogadas. E o torcedor, mais do que ninguém, já percebeu isso.

O elenco gremista me parece supervalorizado. Há muito mais nome do que futebol. Jogadores que, na teoria, entregariam experiência e qualidade, mas que na prática demonstram limitação técnica, física e emocional. A realidade do grupo não sustenta a expectativa criada — e isso tem custado caro.

Olhando o calendário, ainda é cedo — mas não dá para descartar a possibilidade de focar apenas no Brasileirão e buscar somar o maior número de pontos o quanto antes. Os tão sonhados 45 já começam a ser calculados. Com este time, Mano terá muito trabalho para evoluir e fazer com que o clube surpreenda, ficando longe do Z-4.