A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou em outubro e ficou em 0,56%, maior que o índice de setembro (0,44%) e do mesmo mês do ano passado (0,24%). Com esse resultado, o índice acumula alta de 4,76% nos últimos 12 meses, superando o teto da meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,50%. Em setembro, o acumulado em 12 meses era de 4,42%.
Nos dez primeiros meses de 2024, o IPCA avançou 3,88%, o que indica uma tendência de aceleração da inflação ao longo do ano.
Impacto de habitação e alimentos
Os principais responsáveis pelo aumento da inflação em outubro foram os grupos de habitação e alimentação e bebidas.
- Habitação: O custo da energia elétrica teve um aumento de 4,74%, refletindo a aplicação da bandeira tarifária vermelha 2, o que levou a uma alta de 1,49% no grupo como um todo.
- Alimentação e bebidas: Este grupo registrou alta de 1,06%, impulsionada principalmente pelo aumento das carnes, que subiram em média 5,81%. Os cortes com maiores variações de preço foram acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). O tomate (9,82%) e o café moído (4,01%) também ficaram mais caros.
Transportes registram queda de preços
Por outro lado, o grupo de transportes foi o único a apresentar deflação em outubro, com uma queda de 0,38%. O recuo foi puxado pela redução no preço das passagens aéreas (-11,50%), combustíveis, como etanol (-0,56%) e gasolina (-0,13%), além de tarifas de transporte público, como metrô (-4,63%) e ônibus urbanos (-3,51%).
Expectativa para os próximos meses
Com o IPCA superando o limite da meta de inflação em 12 meses, a atenção se volta para os próximos meses e a forma como o Banco Central irá reagir para tentar controlar a alta de preços, mantendo as metas estabelecidas para o ano. A expectativa é que o cenário inflacionário continue sendo um desafio para a política monetária no Brasil.