O índice de abstenção no segundo turno das eleições municipais registrou 29,26% dos eleitores, o que equivale a cerca de 9,9 milhões de brasileiros ausentes nas urnas. Esse percentual quase se iguala ao da pandemia, quando 29,53% não votaram no segundo turno de 2020. Em comparação, a abstenção nas eleições presidenciais de 2022 foi de 20,57%.
A maior taxa de ausência foi observada em capitais do Sul e Sudeste, com destaque para Porto Alegre, onde 34,83% dos eleitores não compareceram, somando 381.965 ausências. Goiânia (34,20%), Belo Horizonte (31,95%), São Paulo (31,54%) e Curitiba (30,37%) completam a lista das capitais com os maiores índices, e só em São Paulo, 2,9 milhões de eleitores não votaram.
Impacto das enchentes no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, a abstenção foi alta, especialmente em áreas afetadas pelas enchentes de maio. Em cidades como Canoas, 35,72% dos eleitores não compareceram, enquanto em Caxias do Sul o índice foi de 28,64%. A calamidade pública prejudicou a infraestrutura de votação e forçou moradores a se mudarem para outras localidades, dificultando a regularização dos títulos.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), Voltaire de Lima Moraes, mencionou a necessidade de avaliar mais a fundo os fatores que influenciaram a abstenção, destacando que, apesar das adversidades, algumas cidades reduziram o índice de ausência em comparação a eleições passadas.
Planejamento e justificativa para eleitores ausentes
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, anunciou que o aumento da abstenção será analisado pelos tribunais regionais. O levantamento deve ser concluído até a diplomação dos eleitos em dezembro deste ano.
Eleitores que não votaram no segundo turno podem justificar a ausência até 7 de janeiro de 2025, preferencialmente pelo aplicativo e-Título, disponível para download gratuito nas lojas Apple e Android. A multa por ausência é de R$ 3,51 por turno. A não justificativa em três eleições consecutivas pode levar à suspensão ou cancelamento do título, dificultando a emissão de passaportes, matrícula em instituições públicas e posse em cargos após concursos.
