Os primeiros seis meses deste ano registraram um recorde de queimadas no Brasil desde 1988, quando as medições começaram a ser registradas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE).
Apenas no Pantanal, entre os dias 1º de janeiro e 23 de junho, foram contabilizados 3.262 focos de queimadas. O aumento é de 22 vezes em relação ao primeiro semestre de 2023. A área queimada neste ano já supera em quase quatro vezes o território da cidade de São Paulo.
Na região do Rio Paraguai, também no Pantanal, 1.720 incêndios foram contabilizados só em junho. Segundo o Inpe esse número supera em quatro vezes o recorde anterior, registrado em junho de 2005, mês que contabilizou 435 focos.
De acordo com a WWF-Brasil, em 2024, o único bioma brasileiro que não registrou aumento das queimadas foi o Pampa, afetado pelas enchentes.
Já na Amazônia, o aumento foi de 76%, com 12.969 focos de queimadas. Em toda a série histórica, a Amazônia só registrou mais queimadas nos primeiros seis meses de 2003 e 2004.
O Cerrado acumula 12.097 focos incêndios neste ano. O número representa um crescimento de 32% na comparação com o ano passado. Do total de áreas atingidas, 53% ficam na região conhecida como Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e é a principal fronteira da expansão agrícola do Brasil.