Pressão “12 por 8” passa a ser considerada elevada; veja mudanças nas novas diretrizes

As novas diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia trazem mudanças importantes no diagnóstico e no tratamento da hipertensão, a doença crônica caracterizada por pressão arterial elevada. Até então, valores de até 120/80 mmHg (“12 por 8”) eram considerados normais. Agora, essa medida passa a ser classificada como pressão arterial elevada, e a pressão ideal passa a ser de 120/70 mmHg (“12 por 7”).

Novas categorias de pressão arterial

A partir das medidas em consultório, a classificação atualizada é:

  • Pressão arterial não elevada: abaixo de 120/70 mmHg (“12 por 7”);

  • Pressão arterial elevada: entre 120/70 e 139/89 mmHg (“12 por 7” a “14 por 9”);

  • Hipertensão arterial: acima de 140/90 mmHg (“14 por 9”).

Segundo especialistas, a criação da categoria pressão arterial elevada permite identificar precocemente pessoas com risco de desenvolver doenças cardiovasculares e iniciar medidas preventivas antes que a hipertensão seja oficialmente diagnosticada.

Riscos da pressão elevada

A médica Fernanda Consolim-Colombo, do InCor, alerta que níveis elevados de pressão por longos períodos, sem tratamento, podem aumentar o risco de insuficiência cardíaca, infarto, AVC, problemas nos rins e acúmulo de placas nas artérias.

Recomendações de tratamento

  • Hipertensão (>140/90 mmHg): combinação de medicamentos anti-hipertensivos e mudanças no estilo de vida (redução de sal, ingestão adequada de potássio, atividade física, controle de peso e cessação do tabagismo).

  • Pressão elevada (120/70 a 139/89 mmHg):

    • Sem risco cardiovascular aumentado: mudanças no estilo de vida por 6–12 meses, podendo discutir tratamento medicamentoso se não houver melhora;

    • Com risco alto: mudanças no estilo de vida por 3 meses, seguidas de terapia medicamentosa se a pressão atingir ≥130/80 mmHg.

As novas diretrizes também destacam a importância de medidas fora do consultório, como monitoramento em casa (MRPA) e medição ambulatorial (MAPA), para complementar o diagnóstico e acompanhamento do tratamento.

Como medir a pressão corretamente

Em casa (MRPA):

  • Duas medições com intervalo de 1–2 minutos, duas vezes ao dia, por 3–7 dias;

  • Paciente deve estar em repouso por 5 minutos, braço apoiado e ambiente silencioso;

  • Calcular a média das leituras ao final do período.

No consultório:

  • Medir com paciente sentado, pernas desdobradas, braços apoiados, após 5 minutos de repouso;

  • Evitar exercícios e bebidas estimulantes 30 minutos antes;

  • Realizar três medições com 1–2 minutos de intervalo;

  • Medir ambos os braços e registrar frequência cardíaca.

“Quanto mais cedo se alerta o paciente sobre alterações na pressão arterial, mais rápido medidas de mudança de estilo de vida podem ser implementadas, prevenindo complicações futuras”, afirma Consolim-Colombo.

Cleber Moscope

Cleber Moscope

Radialista, fotógrafo, locutor, editor, produtor audiovisual e o que faz gosta de fazer com paixão e energia. Siga nas redes socias @clebermoscope