
Repatriar ídolo é sempre um risco, porque a cobrança é muito maior em quem o torcedor já sabe do que é capaz. E, convenhamos, na história recente do Internacional, essas voltas quase nunca deram certo. Mesmo assim, a direção colorada foi ao mercado e mira o retorno de Otavinho, cria da base e que, não por acaso, também vinha sendo sondado pelo Grêmio. Qualidade ele tem, ninguém discute. Mas a grande questão é: será que o Inter realmente precisa dele neste momento?
A direção do Inter parece perdida no quesito reforços. Quando soube da possibilidade de Otavinho voltar ao Brasil, simplesmente se atirou. Nesta janela, o clube trouxe dois volantes e um lateral, mas perdeu um atacante, justamente onde já existia carência. Roger precisa de peças certas, não apenas nomes de impacto, mas Barcellos e companhia parecem sem rumo, sem saber onde mirar ou se gastam o único cartucho que têm, em meio a uma saúde financeira que segue preocupante.
O Departamento de Futebol precisa se reunir e fechar um pacto, porque se seguir desse jeito a fluidez do time vai continuar distante. Não é hora de sonhar com retornos astronômicos, mas de concentrar forças nos que já estão no CT, trabalhando para transformar chances criadas em gols. O ataque colorado é o ponto de maior preocupação: Valencia não marca há 17 jogos, Ricardo Mathias tem apenas três gols no ano e Wesley, antes de sair, somava apenas um. A pontaria virou urgência máxima. Sem corrigir isso, qualquer reforço de nome vai parecer mais um paliativo do que solução.