Como GreNal é maravilhoso. Não só o jogo, tudo. Tudo o que envolve o clássico é incrível. A preparação, as cornetas, o churrasco no Marinha, tudo. Neste último GreNal do ano, antes da bola rolar, a torcida do Inter fez uma justa homenagem a Valdomiro, acompanhada de uma provocação ao rival. “O maior 7 do Sul” dizia o mosaico com a imagem do Tri-Campeão Brasileiro invicto, colocando-o acima do dono de uma estátua no Humaitá.
Penso que Valdomiro merece todas as homenagens. Valdomiro Vaz Franco é dono de um recorde que dificilmente será batido, entrou em campo pelo Inter 803 vezes. Cruzou a bola na cabeça de Figueroa em 75, cobrou a falta que resultou no gol do Dadá em 76, fez o gol da vitória naquela mesma final e foi, junto com Falcão o remanescente dos títulos anteriores na conquista invicta de 1979. Chegou ao Inter em 68, chegou a ouvir vaias antes de conquistar o torcedor. Foi dez vezes campeão gaúcho, sendo oito consecutivas.
Sim, Valdomiro é Gigante, mas ouso dizer que não é o maior 7 da história do Sul.
Paulo César Tinga é outro que pode, tranquilamente ser citado como maior 7 do Sul. Colorado, começou a carreira no rival, onde ganhou duas Copas do Brasil. Em 2005, teve a chance de realizar o sonho de infância e vestir a camisa do colorado. Virou símbolo da Estrela Roubada, sofrendo o pênalti não marcado e sendo expulso injustamente contra o Corinthians.
Mas a história lhe faria justiça. No dia 16 de agosto de 2006, fez o gol que pintou a América de vermelho pela primeira vez. E em 2010, lá estava ele, mais uma vez, conquistando a Libertadores. Sim, Tinga pode ser chamado de maior 7 do Sul. Mas eu ainda acredito que este título pertence a outro.
Osmar Fortes Barcellos é um nome que precisa ser lembrado sempre. O ponta-direita estreou com a camisa colorada em 1939, e na década seguinte foi o principal craque do time que amassava seus adversários, ganhando o apelido de Rolo Compressor.
Em 1950, foi para o Vasco, clube pelo qual conquistou o Campeonato Carioca e marcou 21 gols em 53 jogos. Uma lesão no menisco o tirou da Copa de 50. Para alguns, se não fosse pela lesão do ponteiro, o Maracanaço não teria acontecido.
Em 52, fez história no Grêmio, anunciado como o primeiro negro a vestir a camisa do lado azul do Rio Grande do Sul. Ainda que hoje exista divergência e pesquisadores apontem que este pioneirismo pertença a Antunes, que jogou pelo tricolor em 1913. Ainda assim, a chegada de Tesoura, naquele momento, quebrava uma lógica que não cabia mais no futebol gaúcho, já que, foi preciso uma decisão da diretoria para mudar a regra de proibir jogadores negros no Grêmio, algo que foi anunciado de maneira oficial pelos dirigente do clube em 6 de março de 1952.
Pelo que representou em um passado que vai ficando esquecido, o maior 7 da história do futebol do Sul do Brasil é Tesourinha.