O Rio Grande do Sul surpreendeu ao registrar uma queda de apenas 0,3% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024, um resultado que, apesar de negativo, é considerado uma boa notícia. Especialistas previam um cenário muito mais pessimista para a economia gaúcha, impactada pelas enchentes de maio.
Os dados, divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), mostram que o resultado ficou longe das expectativas catastróficas. O economista Sérgio Vale, da MB Associados, previa uma retração de até 2%, baseado em estudos sobre os efeitos de catástrofes semelhantes.
Entre os setores, a indústria foi a mais impactada, com um recuo de 2,4%. No entanto, o destaque positivo foi o setor agropecuário, que apresentou crescimento de 5,3%, contrariando previsões mais pessimistas. As enchentes tiveram menor impacto do que o esperado nas lavouras do estado. Já o setor de serviços, impulsionado por campanhas de incentivo ao consumo de produtos locais, registrou um leve avanço de 0,1%.
Em termos anuais, a economia do Rio Grande do Sul apresentou um crescimento significativo, com alta de 4,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. A agropecuária teve um impressionante aumento de 34,6%. No contexto nacional, o PIB brasileiro avançou 3,3% no mesmo período.
A leve queda do PIB gaúcho, longe de ser alarmante, é considerada uma prova da resiliência da economia do estado, que conseguiu evitar um cenário de recessão mais severa diante de condições adversas.