O fim do Ministério da Reconstrução, criado com o objetivo de apoiar o Rio Grande do Sul após as catástrofes climáticas, marca o encerramento de um capítulo que, revelou-se como um erro de estratégia do governo federal. A reconstrução deveria ter sido conduzida de maneira técnica e eficiente, liderada pelo Presidente da República. No entanto, o que vimos foi a politização de um problema sério, que demandava ação imediata e coordenação nacional.
Desde o início, ficou claro que a criação de um novo ministério tinha mais um tom de movimento político do que uma resposta objetiva e pragmática às demandas urgentes do estado. As catástrofes climáticas no Rio Grande do Sul exigiam respostas rápidas, planejamento e execução de obras estruturantes, como a contenção de cheias e reconstrução de infraestruturas essenciais.
Agora, com a extinção da pasta, espera-se que a verdadeira reconstrução comece. A bola precisa ser colocada no centro do campo, e as ações concretas devem, finalmente, ter prioridade. A transformação do Ministério em uma secretaria subordinada à Casa Civil é um passo que pode ajudar a despolitizar a questão e focar no que realmente importa: trazer segurança e soluções duradouras para a população gaúcha.
O novo “sistema de governança” que será implantado para gerenciar as obras estruturais pode ser o alívio que o estado tanto precisa. No entanto, é fundamental que o processo não se torne novamente refém de interesses políticos. A criação de um fundo pela União e a governança conjunta com o Estado, liderada pelo governador Eduardo Leite e a Casa Civil, deve ser pautada por objetivos claros e metas específicas. A reconstrução das áreas afetadas não pode mais esperar por manobras políticas e disputas de poder.
É hora de o governo federal assumir a seu papel de fato e conduzir um processo que já está atrasado. As vítimas das enchentes e as cidades devastadas aguardam por ações concretas, e o país não pode se dar ao luxo de permitir mais atrasos.
Que a partir de agora, a reconstrução do Rio Grande do Sul possa realmente sair do papel, com obras que previnam novas tragédias e com um olhar atento para as necessidades dos cidadãos.
Jerônimo Goergen, Advogado