O limite entre protestar e ser hostil

O momento do Grêmio no Campeonato Brasileiro é horrível e isso não é novidade para ninguém. Entretanto, até que ponto ameaçar, xingar, jogar pipoca e cuspir vai fazer o time jogar de uma maneira diferente e retomar as vitórias? A partida que o tricolor fez em Caxias, contra o Cruzeiro, foi horrível, um time sem sangue e que em dois minutos conseguiu sofrer dois gols. A forma que a equipe vem vazando é um ponto que ninguém acredita e o futebol muito aquém daquilo que já foi apresentado nesta temporada. Entretanto, a forma com que o torcedor vem reagindo é o que mais me chama a atenção. O Presidente Alberto Guerra recebeu líderes da torcida organizada e prometeu reforços nesta janela, mas até quando vão esperar para agir?

Ontem, no intervalo do jogo, a torcida gremista fez tudo que era possível para mostrar o seu descontentamento com a equipe, xingando, gritando e estendendo faixas. Tudo isso é plausível e estão no direito, tendo em vista que pagaram ingressos para assistir o confronto. Entretanto, o torcedor esquece que na casamata está um dos seus maiores, se não o maior, ídolo dos últimos anos: Renato Portaluppi. A gente sabe que ele tem sua maneira de passar pano em alguns jogadores e desviar o foco nas coletivas, mas nada apaga tudo que ele já fez pelo clube.

Renato é um dos caras que mais se entrega dentro do Grêmio e sabe que está diante do seu maior desafio na casamata gremista. Desta forma, o trabalho dele é muito contestado em 2024 e merece todas as críticas que vem recebendo. Por outro lado, jamais vou admitir que jogar pipoca num homem que foi capaz de virar estátua no estádio seja algo normal. Acredito que a torcida gremista precisa saber ter respeito e analisar o todo (falta de contratações e a má administração do time) e não somente o único que fala nas horas boas e nas ruins.