ONU alerta: falta de ação climática pode causar milhões de mortes e prejuízos trilionários

Foto: Ralf Vetterle/Pixabay

A sétima edição do Panorama Ambiental Global (GEO7), divulgada nesta terça-feira (9) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), reforça a urgência de ações concretas contra a crise climática. O relatório aponta que a inação pode resultar em milhões de mortes prematuras, além de impactos econômicos que somam trilhões de dólares nas próximas décadas. Elaborado por 287 cientistas de 82 países, o documento se consolidou como a principal avaliação científica periódica sobre o estado ambiental do planeta.

Segundo o estudo, transformações profundas e integradas em sistemas como energia, alimentos, finanças e economia são indispensáveis para alterar a trajetória atual. Os especialistas afirmam que mitigar os danos ambientais pode evitar 9 milhões de mortes atribuídas à poluição, reduzir a subnutrição em 200 milhões de pessoas e tirar 150 milhões da pobreza extrema. O relatório estima ainda que os benefícios econômicos globais cheguem a US$ 20 trilhões ao ano até 2070.

Para alcançar as metas — como a neutralidade das emissões até 2050 e a restauração da biodiversidade — serão necessários investimentos anuais de US$ 8 trilhões. A diretora do Pnuma, Inger Andersen, alerta que o custo de não agir é ainda maior, citando perdas econômicas crescentes devido a eventos climáticos extremos e à poluição. O GEO7 também recomenda que países adotem indicadores mais amplos que o PIB para medir bem-estar, incentivando modelos econômicos circulares e decisões multilaterais mais inclusivas. O relatório deve orientar governos a ampliar compromissos firmados na COP30 e acelerar ações climáticas urgentes.