
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra países envolvidos no tráfico internacional de drogas ao afirmar nesta terça-feira (2) que qualquer nação responsável pelo envio de entorpecentes ao território americano poderá ser alvo de ataque. A declaração foi dada durante reunião com secretários de governo, em Washington.
Trump mencionou diretamente a Colômbia, acusando o país de manter centros de produção de cocaína destinados ao mercado norte-americano. Ele afirmou que a ameaça não se restringe à Venezuela — frequentemente alvo de críticas da Casa Branca — e sugeriu que várias nações atuam no envio de drogas e até de “assassinos” aos EUA.
Dados do Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, da ONU, apontam que Colômbia, Peru e Bolívia continuam sendo as principais origens da cocaína consumida em solo americano, enquanto o fentanil, responsável por grande parte das mortes por overdose, tem como principal rota o México.
A tensão entre Washington e Bogotá se intensificou nos últimos meses. Desde setembro, os EUA ampliaram operações militares no Caribe sob o argumento de combater o crime transnacional, e Trump já havia acusado publicamente o presidente colombiano, Gustavo Petro, de incentivar a produção de cocaína. Petro respondeu novamente nesta terça, afirmando que o país destrói “nove laboratórios por dia” e convidou Trump a acompanhar as operações.
O Departamento de Estado mantém uma lista de países considerados estratégicos na produção ou trânsito de drogas ilícitas, incluindo Afeganistão, Bolívia, México, Peru, Venezuela e a própria Colômbia. A classificação, porém, não determina necessariamente que esses territórios enviem drogas diretamente aos EUA.
O tema do combate ao crime organizado também esteve na pauta de uma conversa telefônica entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o governo brasileiro, Lula defendeu reforço imediato da cooperação bilateral e recebeu de Trump a promessa de apoio a iniciativas conjuntas contra organizações criminosas.
