O governo do Estado anunciou, nesta terça-feira, que o paciente de 38 anos atendido no Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre não ingeriu metanol. A confirmação foi feita após análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que examinou o caso notificado no último sábado.
O resultado foi divulgado durante reunião do Comitê Intersecretarial de Monitoramento e Investigação de Possíveis Casos de Intoxicação por Metanol, criado na semana passada pelo governador Eduardo Leite. O grupo reúne representantes das secretarias da Saúde, Segurança Pública e Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, com o objetivo de garantir respostas rápidas e articuladas a situações suspeitas no Estado.
Durante o encontro, foram discutidas estratégias conjuntas para investigação de casos, apreensão de produtos e orientação aos serviços de saúde e municípios. Como encaminhamento, o comitê definiu o conteúdo de uma nota informativa conjunta, que será publicada pela SES nesta quarta-feira, com diretrizes estaduais sobre o tema.
O documento trará a definição das responsabilidades e competências de cada órgão envolvido, além dos procedimentos para coleta de amostras, busca e apreensão de bebidas suspeitas e encaminhamentos laboratoriais.
Integração entre áreas e reforço na rede de atendimento
A SES destacou que o trabalho integrado entre as áreas de saúde, segurança e agricultura é fundamental para proteger a população e prevenir novos casos de intoxicação. Assim que publicada no site da secretaria, a nota informativa será encaminhada aos municípios e profissionais de saúde de todo o Estado.
Paralelamente, a secretaria realiza um levantamento junto à rede hospitalar sobre os estoques de etanol farmacêutico, substância usada no tratamento de intoxicações por metanol. O governo estadual também aguarda o envio de um antídoto específico, adquirido pelo Ministério da Saúde com fornecedores internacionais.
Fluxo de notificações e atuação das forças de segurança
O Centro de Informação Toxicológica (CIT) será o ponto focal da SES para o recebimento de notificações de casos suspeitos. O atendimento funciona 24 horas, todos os dias da semana, pelo telefone 0800-721-3000, oferecendo suporte técnico aos profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento de possíveis intoxicações.
Quando um caso suspeito for identificado, o CIT deve comunicar as vigilâncias estadual e municipal, que acionarão a Brigada Militar pelo número 190. A Brigada fará contato com a Polícia Civil, responsável por comparecer à unidade de saúde para coleta de material e investigação.
Caso o paciente já tenha recebido alta, a polícia reunirá informações como endereço e contatos de familiares, para viabilizar a localização e o acompanhamento do caso. A localização e apreensão de produtos suspeitos, especialmente em estabelecimentos comerciais ou de produção clandestina, ficarão a cargo das forças de segurança.