A pressão interna no Internacional está cada vez mais clara e evidente, tomando proporções que ultrapassam as arquibancadas e começam a balançar cargos. O clima é de cobrança, e hoje uma das organizadas do clube foi até o CT para dialogar com gestores e exigir mais atitude do time dentro de campo.
O movimento mostra o quanto o ambiente colorado está pesado. Torcedores não se contentam apenas em apoiar nas arquibancadas e levam a pressão diretamente para o coração do trabalho diário. A dúvida que fica é se esse tipo de ação ajuda ou atrapalha.
Particularmente, não acredito que a presença de torcedores no CT seja positiva. Lugar de torcedor é no estádio, empurrando o time nos 90 minutos. O ambiente de treinamento deveria ser preservado, blindado, para que jogadores e comissão técnica possam trabalhar em paz e buscar soluções.
Transformar o CT em extensão da arquibancada é perigoso. Abre espaço para interferências que podem desestabilizar ainda mais um grupo já pressionado. O recado da torcida está dado, mas cabe ao clube ter firmeza para proteger seus profissionais. Afinal, cobrança faz parte, mas sem organização e sem limites, corre-se o risco de o barulho fora de campo ser maior do que o desempenho dentro dele.
Roger precisa provar dentro de campo, diante do Fortaleza, que ainda tem condições de estar ali e fazer o colorado jogar mais futebol. A torcida, na arquibancada, pode protestar, vaiar ou até mesmo não ir ao jogo. Porém, no ambiente de trabalho, no CT, precisa haver clima de paz — e não bélico.