O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresente explicações em até 48 horas sobre descumprimento de medidas cautelares, risco de fuga e suposta reiteração de condutas ilícitas.
A decisão ocorre após a Polícia Federal concluir inquérito que indiciou Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ambos são investigados pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de articulações que visariam restringir o exercício dos poderes constitucionais.
Segundo relatório da PF, de 170 páginas, foram encontrados registros em celulares de Bolsonaro, Eduardo e do pastor Silas Malafaia que apontariam tentativas de intimidar autoridades e atrapalhar investigações relacionadas à suposta trama golpista. Mensagens e publicações em redes sociais também foram mencionadas por Moraes como indícios de descumprimento de medidas já impostas.
Arquivo de asilo político
No celular de Bolsonaro, os investigadores localizaram ainda um arquivo de texto de 33 páginas, alterado pela última vez em fevereiro de 2024, que faria referência a um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. O documento é citado como um dos elementos que reforçariam a suspeita de risco de fuga.
Malafaia alvo de operação
Na manhã desta quarta-feira (20), a Polícia Federal cumpriu mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares do pastor Silas Malafaia. A ordem também partiu do STF.
Entre as medidas cautelares determinadas contra Malafaia estão:
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Proibição de deixar o país, com apreensão do passaporte;
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Proibição de contato com outros investigados, incluindo Jair e Eduardo Bolsonaro.
O pastor foi abordado por agentes ao desembarcar de um voo vindo de Lisboa e prestou depoimento no próprio aeroporto.
PGR acionada
O relatório da PF foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve analisar o caso e decidir se apresenta denúncia contra Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e outros investigados.
