
A relação entre Estados Unidos e Venezuela atravessa um dos momentos mais tensos das últimas décadas. Desde o início do novo governo de Donald Trump, em 2025, Washington adotou uma série de medidas que ampliaram significativamente o confronto político, diplomático e militar com o governo de Nicolás Maduro.
O primeiro movimento ocorreu em fevereiro, quando os EUA passaram a classificar organizações criminosas venezuelanas como grupos terroristas, abrindo caminho para deportações e ações mais duras no campo da segurança. Nos meses seguintes, o governo americano aumentou a recompensa por informações que levassem à prisão de Maduro e reforçou sua presença militar no Caribe, com o envio de navios de guerra, caças F-35 e um submarino nuclear.
A partir de setembro, a escalada ganhou contornos militares diretos, com sucessivos ataques a embarcações que, segundo Washington, estariam envolvidas no narcotráfico internacional. As operações se espalharam do Caribe para o Oceano Pacífico e resultaram em dezenas de mortes, de acordo com informações divulgadas pelo próprio governo americano. Em outubro, os EUA anunciaram o deslocamento do maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, para a região, sinalizando um aumento expressivo da pressão militar.
Paralelamente, Trump autorizou operações secretas da CIA em território venezuelano e passou a mencionar publicamente a possibilidade de uma ação terrestre. Em novembro, os EUA fecharam completamente o espaço aéreo venezuelano e recomendaram que cidadãos americanos deixassem o país. O governo de Maduro classificou as medidas como agressões ilegais e de caráter “colonialista”.
A tensão atingiu novo patamar em dezembro, quando os Estados Unidos apreenderam um petroleiro acusado de transportar petróleo venezuelano de forma ilegal e anunciaram novas sanções contra familiares de Maduro e empresas ligadas ao setor energético. No dia 16, Trump declarou um bloqueio “total e completo” a todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, além de classificar o governo venezuelano como uma organização terrorista estrangeira.
O cenário atual reforça o clima de instabilidade na região e levanta preocupações da comunidade internacional sobre o risco de um conflito de maiores proporções entre os dois países.
