
O Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou, nesta terça-feira (16), uma operação contra um casal de influenciadores digitais suspeito de lucrar mais de R$ 7 milhões com a divulgação de jogos de azar ilegais na internet, como o chamado “jogo do tigrinho”. As identidades dos investigados não foram divulgadas.
De acordo com o promotor de Justiça Flávio Duarte, os investigados mantinham uma estrutura organizada voltada à exploração econômica por meio das redes sociais, com promessas enganosas de enriquecimento rápido e direcionamento a públicos vulneráveis. A influenciadora investigada possui mais de meio milhão de seguidores, o que ampliava o alcance das publicações.
Segundo o MP, para ocultar a origem dos recursos obtidos de forma ilícita, o casal teria recorrido a empresas de fachada e instituições de pagamento, caracterizando prática de lavagem de dinheiro. Os investigados respondem por exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro e fraudes patrimoniais.
Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e determinado o sequestro de bens de alto valor em Dois Irmãos, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e em Capão da Canoa, no Litoral Norte. Entre os itens apreendidos estão veículos de luxo, como um Porsche Taycan e um BMW X6, além de imóveis, joias, bolsas de grife, relógios, obras de arte e equipamentos eletrônicos.
Conforme o promotor, as postagens exibiam uma rotina de luxo, viagens e supostos ganhos com apostas, estratégia que teria induzido milhares de seguidores a participar das plataformas ilegais. Em alguns casos, a imagem da filha pequena do casal era usada para reforçar a credibilidade das divulgações.
O Ministério Público destaca que, nesse tipo de jogo, o operador controla regras, algoritmos e probabilidades, sem qualquer risco empresarial, o que torna o sistema fraudulento e predatório. O apostador, segundo a investigação, não tem como verificar a aleatoriedade das apostas, ficando sujeito a perdas sistemáticas que beneficiam apenas os operadores do esquema.
