Mano não seguirá no Grêmio para 2026.

Fim da passagem: Mano deixa o comando após desempenho abaixo do esperado. FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

A decisão de Odorico Roman de não manter Mano Menezes para 2026 encerra um ciclo marcado por inconsistências, escolhas contestadas e um futebol que nunca entregou o que o torcedor esperava. A saída do treinador era um movimento previsível — e, em certa medida, necessário — diante do desgaste acumulado ao longo da temporada.

Mano deixa o Grêmio com 46% de aproveitamento, eliminações precoces na Copa do Brasil e na Sul-Americana, além de uma 9ª colocação no Campeonato Brasileiro. Os números por si só já indicam uma campanha aquém da exigência do clube, mas o peso da saída não se explica apenas pelas estatísticas.

Fatores de campo e comportamento agravaram o cenário. Mano deixou de ser alternativa confiável no momento em que escalou Lucas Esteves como ponta; quando fez gestos obscenos para o torcedor dentro da Arena, rompendo a relação com quem ainda tentava defendê-lo; e quando optou por não utilizar os meninos no último jogo da temporada, justamente quando se pedia renovação, energia e perspectiva.

Esses episódios minaram sua sustentação interna e externa. A pressão por uma “cara nova” para 2026 cresceu, e a decisão de Odorico Roman vai em linha com o desejo da torcida e com a necessidade de modernizar a estrutura de futebol do clube. A possibilidade de Luís Castro ganhar força para assumir o comando é reflexo direto do movimento de renovação buscado pelo presidente.

Mano entende que fez um bom trabalho e desejou sorte ao Grêmio. Mas, para além do discurso, fica claro que o time precisa de mais. O elenco tem carências evidentes e carece de um projeto esportivo capaz de potencializar jovens, equilibrar setores e oferecer uma identidade clara, algo que Mano não conseguiu estabelecer.