
O mercado financeiro brasileiro teve uma sessão de forte turbulência nesta sexta-feira (5), marcada pela disparada do dólar e pela maior queda intradia da Bolsa desde 2021. A moeda norte-americana encerrou o dia em alta superior a 2%, cotada a R$ 5,43, o maior valor em quase dois meses. Já o Ibovespa recuou 4,31%, fechando aos 157.369 pontos.
O movimento brusco ocorreu após a confirmação de que o senador Flávio Bolsonaro foi escolhido pelo pai, Jair Bolsonaro, para representar o PL na disputa presidencial de 2026. A sinalização frustrou expectativas do mercado, que apostava em uma chapa considerada mais competitiva — liderada pelo governador paulista Tarcísio de Freitas, com Michelle Bolsonaro como vice. A mudança provocou uma reavaliação imediata de risco pelos investidores.
O cenário externo, que até então oferecia suporte após a divulgação do índice de inflação PCE dentro das previsões nos Estados Unidos, acabou ficando em segundo plano. No Brasil, o PIB do terceiro trimestre mostrou avanço tímido, reforçando apostas de cortes de juros pelo Banco Central no início de 2025.
Analistas avaliam que a entrada de Flávio na corrida ao Planalto pode fragmentar o campo bolsonarista e aumentar a incerteza eleitoral, fator que tende a elevar a volatilidade nos ativos financeiros. Mesmo assim, parte do mercado mantém expectativa positiva para o desempenho da Bolsa no médio prazo, apostando em preços atrativos e em um ciclo de queda dos juros.
Paralelamente, indicadores americanos sugerem alívio inflacionário e fortalecem a percepção de que o Federal Reserve pode iniciar cortes de juros na próxima semana. Bolsas globais tiveram desempenhos mistos, mas majoritariamente apoiados pelo cenário de política monetária mais branda.
