
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro declarou, na manhã deste sábado (22), que não havia sido comunicada previamente da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a prisão preventiva do ex-mandatário. Segundo os advogados, a informação só chegou à equipe jurídica após veículos de imprensa noticiarem a operação.
Bolsonaro foi detido por agentes da Polícia Federal por volta das 6h, em seu condomínio, em Brasília. As viaturas deixaram o local cerca de meia hora depois, levando o ex-presidente diretamente para a Superintendência da PF. A decisão do STF teve como base o entendimento de que Bolsonaro, condenado anteriormente por liderar uma articulação considerada golpista, representaria risco ao andamento de investigações em curso.
Na sede da PF, Bolsonaro foi encaminhado para uma sala de Estado — espaço reservado a autoridades de alto escalão. A acomodação possui mesa, cama e banheiro privativo, modelo semelhante ao utilizado por outros ex-chefes de Estado em situações de detenção, como Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer.
A sentença que motivou a nova ordem de prisão já havia condenado o ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão. Desde agosto, Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, acusado de interferir em negociações judiciais. A decisão deste sábado, no entanto, não atingiu outros condenados no mesmo processo.
A defesa informou que deverá solicitar autorização para que Bolsonaro receba livros, itens pessoais e eletrônicos durante sua permanência na Superintendência. A Polícia Federal confirmou, em nota, o cumprimento do mandado e afirmou que detalhes adicionais serão divulgados após comunicação oficial ao STF.
