Comitiva gaúcha pressiona delegação brasileira na COP11 contra proposta de banir filtros de cigarros

Foto: Joel Maraschin/Seapi

Uma comitiva do Rio Grande do Sul se reuniu nesta quarta-feira (19/11), em Genebra, com representantes do Brasil que participam da 11ª Conferência das Partes (COP11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. O encontro ocorreu no Consulado do Brasil e contou com a presença do embaixador Tovar Nunes, membros da Conicq, parlamentares e lideranças do setor fumageiro.

Os secretários estaduais da Agricultura, Edivilson Brum, e do Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, levaram à delegação brasileira a preocupação do Estado com o andamento das negociações internacionais, especialmente diante da proposta de proibição dos filtros de cigarros. A medida, apresentada pelo Brasil sob justificativa ambiental, é vista pelas autoridades gaúchas como potencialmente prejudicial para milhares de produtores que dependem economicamente da fumicultura.

Brum destacou que, mesmo sem acesso às reuniões oficiais da COP11, a presença da comitiva gaúcha na Suíça é fundamental para reforçar o impacto social e econômico do setor no Rio Grande do Sul. Segundo ele, a retirada dos filtros não teria efeito significativo na redução do tabagismo e poderia aumentar o mercado ilegal, estimulando o consumo de produtos contrabandeados.

O secretário também defendeu que qualquer alteração na política antitabagista deve passar por um debate técnico mais aprofundado e transparente. Para ele, as discussões da COP11 mostram pouco avanço em relação à edição anterior, ampliando a sensação de insegurança entre os produtores.

Vilson Covatti reforçou o alerta, afirmando que a eventual aprovação da proposta poderia afetar diretamente cerca de 70 mil famílias produtoras no país. Ele argumentou que a medida pode gerar impactos econômicos severos nas regiões dependentes da fumicultura e fortalecer a clandestinidade. Covatti defendeu a construção de uma estratégia conjunta com o governo federal que permita discutir, com mais tempo e participação, as consequências da proposta.

A comitiva encerrou a reunião reiterando a necessidade de que o Brasil considere os efeitos socioeconômicos da cadeia produtiva antes de apoiar medidas restritivas em fóruns internacionais.