Alckmin avalia redução tarifária dos EUA como avanço parcial

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, classificou como “positiva” a decisão dos Estados Unidos de cortar a tarifa global de 10% aplicada a cerca de 200 produtos alimentícios. Ele ressaltou, porém, que a manutenção da sobretaxa exclusiva de 40% sobre itens brasileiros ainda cria distorções e prejudica a competitividade nacional.

Com a mudança, setores como café, carne bovina, frutas e castanhas tiveram tarifas reduzidas de 50% para 40%. O suco de laranja foi o mais beneficiado: a alíquota de 10% foi zerada, o que pode gerar impacto de até US$ 1,2 bilhão nas exportações. Alguns concorrentes, como o Vietnã, receberam cortes mais amplos, o que, segundo Alckmin, reforça a necessidade de novas negociações.

A retirada da taxa global ocorreu após articulações diplomáticas recentes, incluindo conversas entre os presidentes Lula e Donald Trump, além de reuniões do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado Marco Rubio. Alckmin destacou que os EUA seguem superavitários na balança bilateral e que o Brasil “não é problema, é solução” para o comércio americano.

O corte elevou de 23% para 26% o volume de exportações brasileiras para os EUA isentas de sobretaxas, o equivalente a US$ 10 bilhões. O impacto varia conforme o setor: o café, por exemplo, ainda sofre com tarifas de 40% e queda nas vendas, enquanto madeira, móveis, ferro-níquel e celulose já haviam obtido reduções específicas em medidas adotadas nos últimos meses.

O governo norte-americano argumenta que as mudanças visam conter a inflação de alimentos e ajustar a oferta interna. Trump classificou o movimento como um “pequeno recuo” e descartou a necessidade de novas reduções no curto prazo.