Milhares de palestinos começaram a retornar ao norte da Faixa de Gaza nesta sexta-feira (11), horas após o início oficial do cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas. O recuo das tropas israelenses marca o primeiro passo do acordo de paz firmado no fim de setembro, com mediação de Egito, Catar e Turquia, e apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
De acordo com as autoridades locais, mais de 200 mil palestinos deslocados já deixaram o sul e seguem em direção à Cidade de Gaza, a maior área urbana do enclave. O deslocamento ocorre em meio a ruas destruídas, escombros e infraestrutura colapsada.
A operação militar israelense havia provocado o deslocamento de quase meio milhão de pessoas, transformando bairros inteiros em zonas de ruínas. Agora, com a trégua em vigor desde as primeiras horas da manhã, as tropas de Israel recuaram dentro do território, mantendo o controle de aproximadamente 50% da Faixa de Gaza, conforme previsto no acordo.
Monitoramento internacional
Cerca de 200 soldados norte-americanos chegaram a Israel para monitorar a implementação do cessar-fogo, mas, segundo o plano de paz, não devem ingressar em Gaza.
A presença internacional tem como objetivo garantir o respeito às linhas de contenção estabelecidas e evitar novas ofensivas.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu visitou nesta sexta um centro médico que está sendo preparado para receber reféns libertados pelo Hamas, cuja libertação está prevista para o início da próxima semana.
Trégua e incertezas
Embora o cessar-fogo represente um alívio momentâneo após meses de conflito, a situação humanitária na Faixa de Gaza permanece crítica. Milhares de famílias ainda enfrentam escassez de água, energia e alimentos, e a reconstrução das áreas afetadas deve levar meses.
O acordo de paz é visto como uma oportunidade delicada, mas essencial, para restaurar a estabilidade na região e abrir caminho para negociações duradouras entre israelenses e palestinos.
