A política está à frente do clube

A desistência de Marcelo Marques da corrida pela presidência do Grêmio caiu como uma bomba no cenário político do clube. Se por um lado havia expectativa de uma disputa intensa, por outro, sua saída abre uma ferida que ultrapassa o momento eleitoral e toca diretamente no futuro do tricolor.

Marques era visto como o candidato com maior poderio financeiro, além de apresentar um projeto capaz de reorganizar as finanças e profissionalizar setores que há tempos pedem por modernização. Sua retirada, por motivos que vão além das quatro linhas, deixa uma interrogação incômoda no ar: quem, agora, terá condições de sustentar um projeto de reconstrução sólido?

O maior prejudicado, sem dúvidas, é o Grêmio. O clube perde a oportunidade de ter em pauta um plano que poderia equilibrar caixa, aumentar competitividade e oxigenar a gestão. A saída de Marques faz com que o torcedor repense não apenas o processo eleitoral, mas também a forma como o Grêmio enxerga o próprio futebol e sua estrutura de poder.

Infelizmente, hoje em dia saber jogar com a política é algo determinante dentro do esporte. Marcelo não estava pronto para isso. Lidar com insucessos e resistências internas acabou acelerando sua decisão de desistir. Agora, o clube terá que seguir com as próprias pernas e corre o risco de retroceder, ou no mínimo permanecer estagnado em busca de reforços pontuais.

Quem perde é a instituição, seja na maneira de pensar, agir ou até mesmo competir. Para o torcedor, fica a frustração: a política, mais uma vez, venceu o futebol. É um dia triste para quem sonhava com um Grêmio mais forte e competitivo nos próximos anos.