
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta quarta-feira (13) suas alegações finais no processo em que ele é réu por tentativa de golpe de Estado. Segundo os advogados, Bolsonaro nunca agiu para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sempre defendeu a democracia. O ex-presidente, atualmente em prisão domiciliar, solicita ao Supremo Tribunal Federal (STF) a absolvição por “ausência de provas”.
Defesa e argumentos
O documento, com quase 200 páginas, rebate as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta Bolsonaro como líder de uma organização criminosa e principal beneficiário de um plano para impedir a posse de Lula. Entre os principais pontos apresentados pela defesa estão:
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Alegação de inocência: Bolsonaro é “inocente de todas as imputações” e a denúncia se baseia em “ilações e interpretações distorcidas de atos e falas descontextualizados”.
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Negação de liderança: O ex-presidente afirma que não liderou os atos de 8 de janeiro e não participou de planos como o “Punhal Verde e Amarelo” ou os “Kids Pretos”.
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Contestação de provas: A defesa argumenta que não há provas que vinculem Bolsonaro a decretos ou ações golpistas e questiona a validade de delações utilizadas no processo.
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Críticas à imprensa: Segundo a defesa, a cobertura midiática criou um “julgamento antecipado”, tratando o ex-presidente como culpado antes da conclusão do STF.
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Pedido de absolvição: A defesa pede que o STF reconheça a ausência de crime e de provas, destacando que atos citados na denúncia, quando muito, seriam apenas preparatórios e não configuram infração penal.
O STF deve julgar o caso nas próximas semanas, após a apresentação das alegações finais de todos os réus.