Tarifaço começa hoje, 6 de agosto

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EUA impõem tarifa de 50% sobre produtos do Brasil em ação assinada por Donald Trump

Decisão entra em vigor nesta quarta-feira (6) e inclui críticas ao STF, revogação de vistos e acusações de violações à liberdade de expressão

Entraram em vigor nesta quarta-feira (6) as novas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Assinada pelo presidente Donald Trump na semana passada, a medida estabelece uma alíquota de 50% sobre uma série de itens — uma elevação de 40% em relação às tarifas anteriores — sob a justificativa de que o Brasil representa uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional” dos EUA.

Segundo a Casa Branca, o decreto é uma resposta direta a ações do governo brasileiro, especialmente relacionadas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que estariam afetando empresas americanas, cidadãos dos EUA e os princípios da liberdade de expressão.

Críticas ao STF e revogação de vistos

O comunicado oficial menciona o ministro Alexandre de Moraes como principal alvo das críticas, acusando-o de “ameaçar, perseguir e intimidar milhares de opositores políticos” e de “censurar dissidências”, com impacto direto em companhias de tecnologia dos EUA. Um dos casos citados é o do blogueiro Paulo Figueiredo, residente em território americano, que responde a processo no Brasil por declarações feitas nos Estados Unidos — o que, segundo o governo americano, configura violação da liberdade de expressão protegida pela Constituição norte-americana.

Em decorrência dessas alegações, o governo dos EUA revogou os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal: Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também teve o visto revogado. Ficaram de fora da lista os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.

O texto assinado por Trump afirma que “proteger a liberdade de expressão de cidadãos americanos e defender empresas contra censura forçada continuará sendo prioridade na política externa dos EUA”.

Impacto econômico e exceções

Embora a tarifa de 50% afete uma ampla gama de produtos brasileiros, o decreto divulgado pela Casa Branca também apresenta uma lista de quase 700 itens que ficam de fora da medida. Entre os produtos isentos das novas taxas estão:

  • Suco de laranja

  • Aeronaves civis

  • Petróleo e combustíveis

  • Veículos e autopeças

  • Fertilizantes

  • Produtos energéticos

  • Certos tipos de madeira e metais

Mesmo com as exceções, o chamado “tarifaço de Trump” representa um novo momento de tensão na relação comercial entre os dois países e pode trazer reflexos diretos nas exportações brasileiras, especialmente em setores estratégicos.

Escalada política

A retórica adotada pelo governo americano no decreto indica uma escalada diplomática sem precedentes entre Washington e Brasília. Em comunicado, a Casa Branca afirma que “quando empresas americanas se recusaram a cumprir ordens judiciais brasileiras, foram punidas com multas, ameaças e bloqueios”, citando a atuação do STF como incompatível com os valores democráticos.

A medida também lança dúvidas sobre o futuro da cooperação bilateral, tanto em questões comerciais quanto políticas. Ainda não houve resposta oficial do governo brasileiro até a publicação desta reportagem.


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Cleber Moscope

Cleber Moscope

Radialista, fotógrafo, locutor, editor, produtor audiovisual e o que faz gosta de fazer com paixão e energia. Siga nas redes socias @clebermoscope