
São Sepé, Rio Grande do Sul – A BR-392, na altura de São Sepé, foi palco de um bloqueio nesta quinta-feira (22/05) por produtores rurais da região. A manifestação, que durou horas e causou lentidão no trânsito, teve como principal reivindicação a implementação da “securitização agrícola”, medida que visa garantir a estabilidade financeira do setor diante das perdas causadas por eventos climáticos extremos.
Os manifestantes, munidos de tratores e faixas, expressaram a urgência de um mecanismo que ampare os agricultores em momentos de crise, como as recentes secas e enchentes que assolaram o estado. A “securitização agrícola” permitiria, segundo os produtores, a transformação de dívidas agrícolas em títulos negociáveis, alongando prazos e oferecendo condições mais favoráveis para a recuperação das lavouras e reestruturação financeira das propriedades.
“Não podemos mais depender apenas da sorte do tempo”, desabafou João Carlos de Almeida, produtor de soja e milho da região, durante o protesto. “Precisamos de uma política que nos dê segurança para continuar produzindo. A cada safra é um risco enorme, e quando a perda é total, ficamos desamparados.”
A pauta da securitização agrícola não é nova e vem sendo debatida por entidades do setor há anos. No entanto, a recorrência de eventos climáticos severos no Rio Grande do Sul tem intensificado a pressão por uma solução concreta e eficaz. O bloqueio da BR-392 em São Sepé é um sinal claro da crescente insatisfação e da necessidade de atenção urgente do governo e das instituições financeiras para a pauta do agronegócio.
Representantes dos produtores rurais presentes no bloqueio afirmaram que a mobilização é um alerta e que novas ações podem ser realizadas caso suas demandas não sejam atendidas. A busca por um diálogo com as autoridades competentes e a apresentação de propostas viáveis para a securitização agrícola são os próximos passos da categoria, que espera encontrar uma solução duradoura para os desafios enfrentados no campo.