Mudou o técnico, não o problema

Olhar atento, postura firme… mas dentro de campo, o Grêmio ainda busca uma identidade.. FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

O Tricolor completa três semanas sob o comando de Mano Menezes e, a cada rodada, tentamos rotular que a equipe está evoluindo — ainda que esse aprimoramento seja tímido. Diante disso, até que ponto Quinteros era o problema e Mano representa, de fato, a solução? O empate contra o Bragantino escancarou, mais uma vez, as fragilidades do grupo.

Poderia ser o texto da semana passada, mas, infelizmente, não é. O Grêmio segue com dificuldades na construção ofensiva e continua deixando a desejar nesse aspecto, especialmente por não conseguir reter a posse de bola de forma coletiva. Em conversa com o ex-treinador Gustavo Quinteros, percebi que ele via nos jogadores uma preferência por um jogo mais vertical — segundo ele, o grupo não gostava de manter a posse. Já Mano Menezes, atual comandante, acredita que a equipe precisa ganhar confiança para se expor mais, como será necessário diante do Godoy Cruz.

A evolução do time ainda é muito pequena. Se por um lado se diz que a defesa melhorou, por outro o cenário contradiz: é verdade que está mais sólida e Volpi não tem sido o melhor em campo, mas o time continua vazando em todos os jogos. Então, que melhora é essa?

Mano Menezes precisa urgentemente de tempo para trabalhar. Sem isso, dificilmente conseguirá colocar o time nos trilhos. Não há como ajustar um time sem repetição — e para repetir, é preciso treinar. O grupo é limitado e, sem um período adequado de treinos, o Grêmio pouco irá evoluir. Hoje, o “treino” se resume a vídeos e conversas.