Não foi só o apito

Comemoração colorada: gol que trouxe esperança, mas não evitou os questionamentos. FOTO: Ricardo Duarte

A derrota do Inter para o Corinthians gerou muita discussão, principalmente pelos erros da arbitragem. Mas não dá para colocar tudo na conta do apito. O time de Roger Machado vem em queda de rendimento, e as cobranças crescem justamente pela régua que o próprio treinador estabeleceu nas primeiras semanas de trabalho. Agora, o desafio é reorganizar a equipe e provar se o Inter é, de fato, o time competitivo que encantou no início — ou se a realidade está batendo à porta antes da hora.

Esta semana pode ser decisiva para o Inter. O confronto fora de casa contra o Atlético Nacional, pela Libertadores, carrega um peso enorme. Uma derrota na Colômbia significaria uma crise precoce e uma situação complicada no grupo. Por isso, cabe a Roger Machado dar a volta por cima — montar um time competitivo, aguerrido e capaz de reagir em um dos cenários mais desafiadores da temporada. A confiança, agora, precisa ser reconstruída fora de casa.

Falta ao Inter mais criatividade e controle no meio-campo — setor onde o time costuma render melhor quando tem a posse. A presença de Fernando e Alan Patrick dá outra cara à equipe, com mais qualidade na saída de bola e organização. No entanto, quando um dos dois não está em campo, o time perde articulação e fica capenga. Já passou da hora do comandante encontrar alternativas para o Inter propor o jogo, mesmo diante de adversários mais duros. É claro que contra equipes frágeis o Colorado vai se impor, mas quem quer ser campeão precisa responder à altura nos grandes momentos da temporada.