Pesquisadores brasileiros criaram a primeira caneta autoinjetável de adrenalina, dispositivo essencial para o tratamento de reações alérgicas graves, como a anafilaxia. A expectativa é que a novidade, quando aprovada e disponível, chegue ao mercado com um preço aproximado de R$ 400 – valor significativamente mais acessível em comparação com o custo atual de importação, que chega a R$ 4 mil.
A caneta autoinjetável permite que o próprio paciente administre a adrenalina, único medicamento eficaz contra anafilaxia, que provoca sintomas como queda brusca de pressão e bloqueio das vias respiratórias. O dispositivo, desenvolvido pela equipe liderada pelo médico Renato Rozental, da Fiocruz, é um passo importante para facilitar o acesso a esse tratamento no Brasil, onde alergias graves têm aumentado de forma exponencial.
O presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Fábio Kuschnir, destacou a urgência dessa inovação devido ao aumento de casos de anafilaxia, especialmente em crianças alérgicas a alimentos como leite e ovo. Segundo ele, a caneta de adrenalina é vital para socorrer pessoas com reações alérgicas súbitas e pode ser aplicada por qualquer pessoa na lateral da coxa, agilizando o atendimento até a chegada ao hospital.
A equipe espera que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) agilize o processo de aprovação do dispositivo, que pode estar disponível no mercado em menos de um ano após a liberação. A nova caneta poderá transformar o acesso ao tratamento de anafilaxia, trazendo mais segurança e qualidade de vida para milhões de brasileiros.